O que aprendi sobre marketing na maior conferência de franchising do Brasil
Na semana passada, estive na belíssima Ilha de Comandatuba, na Bahia, para a 22ª edição da Convenção ABF do Franchising. Neste ano, a Interteia Comunicação Estratégica teve o privilégio de atuar como agência de marketing oficial do evento, que reúne anualmente fundadores, CEOs e executivos das maiores redes de franquias do Brasil.
Além do franchising, a programação trouxe muitas tendências de marketing, branding e inovação, incluindo insights sobre a construção de marcas fortes e uma verdadeira imersão nos ecossistemas de negócios da China.
Você já ouviu falar de plataformas como Tencent,
Baidu, Inc. e
PING AN? Esses ecossistemas de negócios fazem parte do cenário de inovação mais avançado do mundo: o chinês. No evento, assisti a uma palestra com Wei Wei, da Winged Mind International Limited, que trouxe uma perspectiva fascinante sobre esse tema.
Wei começou explicando que o termo "ecossistema de negócios" refere-se à forma digital de organizar parceiros independentes, internos e externos, para oferecer soluções relevantes e individualizadas aos consumidores a fim de atingir os objetivos da organização. Esses ambientes são formados por três camadas: o core, que é atividade principal; a cola (glue), que são os dados, mostrando as necessidades de cada usuário, e os complementos, que ajudam a enriquecer a prestação de serviços com segmentação e a suprir as mais diversas necessidades. Hoje, o Alibaba Group é um dos principais exemplos de ecossistema de negócios no mundo, sempre se expandindo e adicionando "complementos".
Dentro desses ambientes, a criação de comunidades e conexões é essencial. E uma tendência aparece com grande força: o livestream commerce, responsável por cerca de um terço das vendas online no país asiático em 2023. O Tik Tok é uma das plataformas preferidas para a divulgação de produtos de forma orgânica a social. A lógica de conversão é formada por vídeos curtos, de até 15 segundos, para consumo de conteúdos, e por longas rodadas de lives para a apresentação detalhada dos produtos e vendas.
A ideia é humanizar as marcas, gerar desejos e criar necessidades. Dois dados justificam essa tendência: 61% dos usuários gostam mais das marcas quando elas criam conteúdos ou participam das "trends", e 67% compraram itens pela primeira vez ao conhecê-los por canais sociais. Com todo esse sucesso, o Tik Tok se tornou uma das empresas mais promissoras do mundo: faturou USD 110 bilhões no ano passado, três vezes mais que a Netflix.
No mundo das franquias, a palestrante trouxe o exemplo da rede de cafeterias Luckin Coffee, que implementa uma experiência omnichannel e tecnológica para atender os consumidores em diversos canais. A empresa é realmente digital, cobrindo todos os pontos de contato com o cliente e suprindo suas necessidades dos indivíduos da hora que acordam à que vão dormir.
Entre os ensinamentos que Wei deixou, estão: pensar a experiência omnichannel durante a jornada do cliente, construir comunidades de usuários, e permitir uma organização realmente digital, cobrindo todos os pontos de contado com o cliente e entendendo as suas necessidades.
João Branco, que foi CMO do McDonald’s por oito anos, compartilhou uma lição que aprendeu na prática: em vez de tentar acompanhar os concorrentes, é mais eficaz focar no que os clientes realmente esperam da sua marca. Chegou a essa conclusão por meio de diversas experiências à frente do Méqui, e expôs um erro de sua trajetória.
O equívoco aconteceu quando entraram no mercado brasileiro outras redes, como o Burger King, e também passaram a fazer sucesso diversas hamburguerias gourmet. A resposta do Méqui foi a introdução de itens no cardápio, como o Mushroom Dijon, que era parte de uma nova linha premium chamada Signature. Com o tempo, a equipe de marketing percebeu que esses produtos não dialogavam com o que o cliente esperava da entrega de valor da rede. O resultado foi um desvio da identidade da marca: "quanto mais você olha para o seu concorrente, mais parecido com ele fica".
A partir dessa premissa, João destacou a importância de entender as necessidades do consumidor, e oferecer aquilo que a sua marca tem de melhor. Desta forma, é possível se diferenciar e estabelecer um novo status na mente das pessoas, que lembrarão da empresa independentemente dos outros competidores: "para um cliente satisfeito, você não tem concorrentes".
Em um painel com as executivas Fernanda Raizama, da Coca-Cola FEMSA; Adriana Auriemo, da Nutty Bavarian, e Camila Kohlrausch, da Bibi Calçados, a questão do propósito na criação de marcas esteve no centro do debate.
A estrega de valor da Coca-Cola está no posicionamento como uma marca apaixonada por pessoas, adaptando-se completamente ao mercado brasileiro. A empresa se considera uma plataforma de conexão, estando presente na vida dos consumidores de uma forma única. Para isso, investe muito na presença em eventos e no marketing de experiência.
A Nutty Bavarian, por sua vez, enfrentou o desafio de criar um mercado no Brasil, que foi traduzido por seu cheirinho único. Hoje, e preocupação é desenvolver uma estratégia de storytelling em todos os contatos com o consumidor, começando pelo quiosque. A marca ainda aposta no marketing de experiência, investindo em degustações, eventos, feiras e festivais. As collabs tornaram-se uma forma estratégica de aumentar o alcance, atraindo novos públicos. A ideia geral é estar presente na vida das pessoas, garantindo momentos de alegria.
Já a Bibi calçados tem em seu DNA a missão de estabelecer uma presença positiva na construção da infância, entregando as melhores memórias para as crianças. Esse posicionamento é inegociável, por exemplo, na hora de desenvolver produtos, tendo sempre em mente o respeito ao desenvolvimento saudável da infância.
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