Memes, gifs, brincadeiras… Já falamos
por aqui
sobre como as redes sociais corporativas se transformaram em ferramentas indispensáveis na comunicação interna. Mas de nada adianta utilizar um canal bacana de forma pouco atrativa e clara.
Já trouxemos aqui uma
matéria sobre influenciadores corporativos. Nela, apresentamos um conceito do livro
O Ponto de Virada, de Malcolm Gladwell. Na obra, ele investiga o que faz um produto, uma ideia, um estilo de vida ou um comportamento viralizar. Um dos aspectos é a chamada
Regra dos Eleitos. Os eleitos são as
pessoas que aceleram a transmissão das informações. E essas pessoas existem também nas empresas.
Mas além do mensageiro, temos que nos preocupar com o conteúdo da mensagem. E o aspecto específico necessário ao seu sucesso é a “fixação”. "A mensagem – seja ela um filme, uma comida ou um produto – pode ser memorizada com facilidade? Será algo tão simples de lembrar que, de fato, consiga promover uma mudança? Será capaz de estimular alguém a agir? A Regra dos Eleitos diz que existem pessoas excepcionais capazes de iniciar epidemias. Basta encontrá-las. A lição sobre fixação é a mesma. Há uma forma simples de embalar uma informação que, nas circunstâncias certas, a torna irresistível. É só descobrir qual é.
Confira algumas dicas e aspectos importantes para fazer a sua mensagem pegar.
1. Elementos lúdicos
Você está ali navegando no Instagram e de repente aparece um gif super engraçado. Ele chama a sua atenção para ler a mensagem, não é mesmo? Uma das maiores tendências hoje é a utilização de formatos que se aproximem da realidade dos interlocutores e que utilizem elementos lúdicos.
Sugerimos a utilização de uma linguagem descontraída, mais próxima das redes sociais. Claro que há momentos que pedem formalidade, mas quando o assunto é leve e alegre tem que ser tratado desta forma. Um anúncio de dissídio, por exemplo, fica muito mais legal em tom de comemoração do que de comunicado.
Outro ponto essencial é passar as mensagens de forma completa, se antecipando a possíveis dúvidas e se certificando de que todos os pontos necessários para o entendimento estejam compreendidos. Se você está informando uma campanha de vacinação, por exemplo, tem que ter dia, hora, local, público-alvo, etc.
Além disso, é importante que seja uma via de mão dupla. Nada de a empresa falar sozinha. É importante abrir espaço para que os colaboradores divulguem suas conquistas e sejam reconhecidos por colegas e superiores neste ambiente altamente interativo com comentários e curtidas nas publicações.
2. Gameficação
A gameficação é uma realidade, especialmente em atividades ligadas ao treinamento e à educação. O objetivo é trazer o universo dos jogos: pontos, insígnias, níveis e recompensas são alguns dos componentes amplamente usados atualmente pelas organizações com o objetivo de aumentar o engajamento.
Uma pesquisa da plataforma de ensino à distância Talent LMS, de 2019, mostrou a efetividade desse tipo de estratégia:
- Mais de 60% das corporações norte-americanas já usam gamificação em seus treinamentos.
- 88% dos entrevistados afirmam que a gamificação os torna mais felizes no trabalho.
- 78% dos entrevistados acham que as empresas seriam mais desejáveis se seu processo de recrutamento fosse gamificado.
- Os elementos do jogo no trabalho fazem com que 87% dos funcionários se sintam mais conectados socialmente.
E engana-se quem pensa que usar estratégias de gameficação envolve necessariamente plataformas tecnológicas. É possível pensar neste tipo de atividade de forma totalmente analógica. Imagine um treinamento que envolva a criação de times e uma disputa divertida de recompensas físicas para as etapas mais marcantes do caminho?
3. Transparência
Não podemos deixar de fora dessa lista a importância de ir direto ao ponto, sempre em busca de uma relação franca com os interlocutores. Em tempos de fake news, incertezas e medos, a transparência no ambiente de trabalho é mandatória. Se antecipar aos temas que podem entrar em debate informalmente, ajuda a eliminar o "diz que me disse" e a famosa "rádio peão", presente em todas as corporações.
A agência de comunicação Edelman realiza uma pesquisa anual, chamada de Edelman Trust Barometer, em que mede a confiança de 28 países. A última edição, divulgada em 2020, traz os resultados de entrevistas com 33 mil pessoas, realizadas de outubro de 2019 a novembro de 2020. Merece destaque a expectativa de maior interlocução do público com as empresas:
- 86% das pessoas, não apenas colaboradores mas o público em geral, esperam que os CEOs se posicionem publicamente sobre temas de interesse da sociedade e da empresa como um todo.
- 62% dos respondentes esperam que os consumidores e colaboradores sejam ouvidos pelas empresas e que tenham o poder de forçá-las a mudar.
Outro dado da pesquisa digno de destaque entre os profissionais de RH é que 84% dos respondentes disseram se preocupar todos os dias com a possibilidade de perder o emprego. Tudo isso mostra algo muito simples: as empresas devem olhar para si mesmas como parte de todo o entorno no qual estão inseridas. E é cada vez mais importante a comunicação com as equipes internas e com o público em geral.
Os colaboradores precisam de segurança para desempenhar as suas funções, e os demais stakeholders também querem ter acesso à corporação. Neste contexto, a comunicação interna possui essencial importância. Todo o cuidado é pouco para evitar ruídos e garantir um relacionamento harmônico.
Quer saber mais? Mande a sua dúvida para a gente, que vamos usar esse espaço para debater.
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