Se alguém ainda duvidava da força das redes sociais, talvez até o mais cético dos analógicos mude de ideia após conferir as informações a seguir. No Instagram, a hashtag “bookstagram” indexa mais de 23 milhões de fotos de capas de livros na plataforma. A mania de publicar registros de edições com projetos gráficos conceituais, ou meramente fotogênicos, é uma tendência mundial e hoje já existem até mesmo influenciadores digitais que ganham a vida produzindo conteúdo que gira em torno desse universo.
Há quem diga que essa tendência influencia diretamente o mercado editorial mundial – em número de vendas e design das capas. As pesquisas da venda de livros físicos vêm realmente ano a ano mostrando que, mesmo com a facilidade e bons preços dos e-books, as pessoas continuam comprando cada vez mais livros físicos. No ano passado, por exemplo, os americanos compraram 1,9% mais livros físicos do que em 2016, enquanto as vendas de livros digitais apresentaram queda de 4,4%.
Quem diria que o Instagram, uma rede social um dia sufocada por selfies e fotos de pratos de comida, poderia influenciar mesmo, que minimamente, o mercado editorial. Mas calma, hashtags como a bookstagram não promovem a leitura, mas sim a volta do livro físico como uma referência estética e objeto de consumo – a hastag “booksquotes”, citações de livros em português, não reúne nem 500 mil citações de livros compartilhados.
Prateleiras coloridas, capas conceituais fotografadas à meia luz: é assim que alguns “instagramers” estão ressignificando os livros. Influenciadores digitais gringos, como Femke Brull, por trás do perfil @booksfemme, ganham a vida publicando fotos de edições de livros com projetos gráficos autênticos em seus quartos decorados de maneira para lá de perfeita.
Aqui no Brasil, a curitibana Melina Souza segue a mesma linha editorial: incontáveis fotos de livros são apresentadas aos seus 166 mil seguidores todos os dias. A prática do “unboxing” – os “recebidos” –, tão comum entre as blogueiras de beleza, dá lugar para edições limitadas, ilustradas, comemorativas, objetos de papelaria e afins.
Há também editora que entendeu à fundo seu público e o momento do mercado e usa e abusa do Instagram para cativá-los, como a Darkside Books. Há pouco mais de cinco anos no mercado, e 238 mil seguidores no Instagram, a editora aposta em clássicos do terror, como H.P Lovecraft, Edgar Allan Poe, grafic novels e livros relacionados à clássicos do cinema do gênero, como a Hora do Pesadelo e Psicose. Os diferenciais são, além de curadoria certeira, os projetos gráficos: conceituais, grande maioria em capa dura, e com seus lançamentos atrelados a ações criativas.
O resultado mostra que livros físicos estão sim na moda, principalmente quando a editora tem bons insights: a novata Darkside Books vai lançar o próximo livro do escritor-astro Neil Gaiman no Brasil e, de acordo com a Nielsen, mais de 60% de seu catálogo está na lista dos 5 mil livros mais vendidos do Brasil.
Uma das muitas prateleiras lotadas do perfil @booksfemme.
A influenciadora Melinda Souza posta fotos que remetem ao aconchego da companhia de um livro.
Darkside Books: o foco no público jovem e nerd redeu edições conceituais e colecionaveis.
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